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28 de março de 2016

VIGÍLIA PASCAL – PARÓQUIA SÃO JOSÉ PADRE ARTUR CRISTOVÃO SEHN



VIGÍLIA PASCAL – PARÓQUIA SÃO JOSÉ

PADRE ARTUR CRISTOVÃO SEHN


Foi celebrada na noite do último sábado (26) a celebração da Vigília Pascal na Paróquia São José. O Sábado Santo ou Sábado de Aleluia, é marcado com a celebração mais importante do calendário católico, a Vigília Pascal, momento em que é lembrada a vitória de Jesus Cristo sobre a morte.

O ato litúrgico iniciou às 20h30min  com a bênção do fogo na entrada da Igreja Matriz. Logo em seguida todos os presentes entraram  em procissão com o Círio Pascal na Igreja. Ao entrar foi proclamada a Páscoa pelo padre Artur Cristovão Sehn, invocando com alegria a vitória de Cristo sobre a escuridão da morte e do pecado.

Dando continuidade a  Vigília, aconteceu a Liturgia da Palavra, com a proclamação de leituras do Primeiro Testamento, as quais nos lembram as maravilhas de Deus na história da salvação e duas leituras do Segundo Testamento, tendo em vista o anúncio da Ressurreição e a leitura de Paulo aos Romanos sobre o Batismo Cristão como Sacramento da Ressurreição de Cristo.

Nesta noite, foram renovadas as promessas batismais e por fim, aconteceu a Celebração Eucarística, sinal primordial da presença de Cristo Ressuscitado na comunhão. O Crucificado ressuscitou e passou a ser uma presença sacramental viva no meio da comunidade celebrante. Por isso, A Eucaristia é o memorial da Páscoa de Cristo e antecipação daquela do Céu.

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SOLENE VIGÍLIA PASCAL


“Exulte o céu, e os Anjos triunfantes,

Mensageiros de Deus, desçam cantando;

Façam soar trombetas fulgurantes,

A vitória de um Rei anunciando.”

(Precônio Pascal)


Reunimos-nos em nossas igrejas para celebrar esta noite de luz. Os antigos cristãos

tinham o costume de celebrar cada Eucaristia em forma de vigília e o grande Santo Agostinho dizia que esta era a “mãe de todas as vigílias”, a mais solene, porque nela nós celebramos a Ressurreição do Senhor Nosso Jesus Cristo. Esta é uma noite de luz, uma noite de alegria, porque a graça venceu o pecado, o amor venceu o ódio, a luz venceu nas trevas e a Vida venceu a morte que outrora triunfava sobre os homens.

Poderíamos começar refletindo a respeito do sentido dos sinais que compõem esta Vigília. Ela começa com a bênção do fogo e com o lucernário. Nossa Igreja estava até então escura, como estava escura a humanidade antes que o Cristo Ressurgisse dos mortos. Nós, do lado de fora do Templo, estávamos também envolvidos em trevas, como os homens, antes que Cristo ressuscitasse dos mortos, estavam nas trevas e privados de entrarem no Reino dos Céus. Então um fogo novo surgiu, um fogo abençoado, no qual foi aceso nosso Círio Pascal, que este ano traz gravado em si a Cruz como árvore da vida. O Círio Pascal aceso simboliza a coluna de fogo que guiava Israel.

No livro do Êxodo está escrito que quando Israel estava fugindo dos egípcios Deus colocou à frente deles uma coluna de fogo e a noite se tornou como o dia. Atrás dos israelitas estava uma coluna de fumaça que tapava a visão dos egípcios. Assim como o povo de Israel foi guiado pela coluna de fogo, nós também entramos na Igreja tendo à nossa frente a coluna de fogo.

Esta coluna de fogo é símbolo de Cristo, “luz do mundo” (cf. Jo 8,12). Ele vai à nossa frente, conduzindo nossos passos, e nós o seguimos porque sabemos que Ele nos guia no caminho da vida. Quando o diácono chegou no meio da Igreja, nós acendemos nossas velas no círio, a fim de que Cristo ilumine a vida de cada um de nós com a sua luz, para que não andemos mais nas trevas, mas tenhamos “a luz da vida” (cf. Jo 8,12).

Depois ouvimos o belo hino pascal, o Exultet, que canta a alegria da Ressurreição. Nós o ouvimos de pé e com nossas velas acesas. Estávamos de pé, como o Cristo Ressuscitado. Estávamos com nossas velas acesas, porque no Batismo nós fomos iluminados por Ele e queremos que a sua luz esteja sempre em nós.

Em seguida ouvimos as leituras bíblicas. Começamos pelo relato da criação, passando pela travessia do Mar Vermelho e ouvindo os profetas, Isaías, Baruc e Ezequiel. Até chegarmos, depois no hino do glória, à leitura da Carta aos Romanos, ao anúncio Solene do Aleluia Pascal, ao Salmo 117 e ao coração dessa liturgia da Palavra que é o Evangelho, hoje Mc 16,1-7, o túmulo vazio.



Daqui a pouco vamos acompanhar a liturgia batismal, onde em muitas de nossas Igrejas alguns irmãos recebem os sacramentos da iniciação cristã. No final dessa liturgia batismal todos nós, batizados, renovaremos as promessas do nosso Batismo e seremos aspergidos com a água abençoada, a fim de nos recordamos que também nós renascemos com Cristo da água e do Espírito Santo.

O coroamento de tudo isso se dará na Eucaristia. Nela nós celebramos de maneira sublime o sacrifício de Cristo. Nela nós fazemos memória da morte e da ressurreição gloriosa de nosso Redentor. Nela esse sacrifício de amor se renova e nós que comungamos dessa mesa mística, nós tornamos uma Eucaristia viva e um só Corpo em Cristo Jesus. Quando comungamos, comungamos da sua Ressurreição e da vida plena que só Ele possui.

A Liturgia da Palavra desta noite nos introduz no sentido profundo da Páscoa de Cristo. A primeira leitura nos fala da Criação. Deus, na sua bondade, criou o mundo para nossa alegria e tudo o que Deus fez era bom. Nada havia de mal na criação de Deus e, no início, Deus não criou o mal e a morte, porque Deus criou o mundo para que participássemos de sua alegria. Deus nunca quis lágrimas de dor. Mas, nós sabemos que Deus criou o homem livre, podendo escolher entre fazer o bem ou simplesmente virar as costas para o bem. E o homem, seduzido pela proposta diabólica, se afastou de Deus. Com a desobediência de Adão veio para nós a morte. “O salário do pecado é a morte”, como nos diz a Palavra de Deus (cf. Rm 6,23).

Mas a mesma Palavra de Deus, também na Carta aos Romanos, diz que, por sua vez, “o dom de Deus é a vida eterna em Cristo Jesus”. Por isso o Pai não ficou de braços cruzados vendo a desgraça cair sobre a humanidade. Desde o início de tudo, o coração da Trindade sofreu com o pecado, e o Filho resolveu que se faria homem, a fim de morrer a nossa morte, para nos dar a vida eterna com Ele. Contudo, era necessário que a vinda de Cristo fosse preparada e, por isso, ela foi prefigurada no Antigo Testamento.

A segunda leitura nos apresenta Abraão posto à prova por Deus que lhe pediu o sacrifício de seu Filho único. Abraão aqui simboliza o próprio Pai do Céu que deveria dar o seu Filho único para que a humanidade fosse salva por Ele. Todavia, Abraão teve Isaac poupado por Deus, mas o próprio Deus, não poupou seu Filho (cf. Jo 3,16), mas permitiu que, por amor de nós, e por sua livre vontade, Ele sofresse para a nossa salvação. A Páscoa de Cristo foi prefigurada na Páscoa dos judeus. Assim como eles atravessaram o Mar Vermelho a cantaram de alegria porque viram os egípcios afogados nas águas do mar, assim também nós cristãos, depois da ressurreição de Cristo, cantamos de alegria, porque atravessamos as águas do Batismo e vemos que o nosso pecado ficou lá e nós saímos vitoriosos, jubilosos, em direção à Terra Prometida, à Jerusalém Celeste que o Senhor preparou para nós.

Através dos profetas, Deus não cessou de convidar os homens à conversão, a fim de que o seu Filho encontrasse os corações preparados para acolherem a sua vinda e, na plenitude dos tempos, Ele veio. Ele nasceu da Virgem, fez-se menino, viveu uma humanidade como a nossa no lar de Nazaré e, na consumação da sua vida, “aprendeu o que significa a obediência por aquilo que Ele sofreu” (cf. Hb 5,8) e entregou-se livremente à morte por nós. Ele ficou firme diante da morte e ressuscitou gloriosamente. As mulheres encontraram apenas o túmulo vazio e o jovem de branco que lhe anunciou a grande boa-nova “Não vos assusteis! Vós procurais Jesus de Nazaré, que foi crucificado? Ele ressuscitou. Não está aqui.” (cf. Mc 16,6)

A Ressurreição de Cristo, que celebramos em cada Eucaristia e que de maneira especial celebramos nesta Páscoa anual é a nossa alegria e a certeza da nossa vitória. Às vezes, pesa sobre nós uma pesada tristeza. Celebramos a cada ano a Páscoa e percebemos que ainda estamos do mesmo modo. Tantas vezes ainda estamos presos aos mesmos pecado. E aí, entra o tentador para tentar nos convencer de que não adianta mais nada. Ele procura nos enganar fazendo-nos pensar que não temos mais jeito.

Devemos num poder invisível, que é mais forte que a morte. Assim como todos olhavam o Cristo no túmulo e achavam que não tinha mais jeito, mas Ele ressuscitou, também nós, ainda que estejamos no túmulo do pecado, existe um poder invisível que atua. Cada vez que celebramos a Páscoa, Cristo passa pela nossa vida e a renova. Ao escutar a Palavra ela gera algo novo em nós, como nos dizia a quinta leitura em Is 55,10-11: “Como a chuva e a neve descem do céu e para lá não voltam mais, mas vêm irrigar e fecundar a terra, e fazê-la germinar e dar semente, para o plantio e para a alimentação, assim a palavra que sair de minha boca: não voltará para mim vazia; antes, realizará tudo que for de minha vontade e produzirá os efeitos que pretendi, ao enviá-la.” A Ressurreição de Cristo é esperança, é certeza de que também eu posso ressuscitar dos meus pecados para viver com Ele uma vida nova. E se Ele me dá a cada essa oportunidade, é porque Ele bem sabe que a cada ano eu preciso dela.

Às vezes estamos fechados no túmulo do pecado. E nos perguntamos como aquelas mulheres: “Quem vai remover a pedra para nós?” A pedra é tão pesada! A resposta é Cristo! Ele ergueu a pedra de seu próprio túmulo quando ressuscitou dos mortos e Ele também quer e pode retirar a pedra do nosso túmulo para que possamos sair com Ele ressuscitados para uma vida.

Sejamos portadores dessa certeza da Ressurreição. Sejamos mensageiros dessa boa-nova, como as mulheres que outrora encontraram o túmulo vazio. Sejamos portadores da alegria notícia: “Ele Ressuscitou!” Ele não está mais no sepulcro. Ele agora está vivo e ressuscitado no meio de nós. Quando a morte bater à nossa porta, seja a morte física ou a morte do pecado, tenhamos a alegre certeza de que assim como Ele ressuscitou dos mortos para a glória do Pai, nós também com Ele ressuscitaremos.

Padre Fabio Siqueira

Fonte: http://www.materecclesiae.com.br


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