FALAR É FÁCIL… FAZER É QUE SÃO ELAS!
Um gato de nome Faro-Fino deu de fazer tal destroço na rataria duma casa velha que os sobreviventes, sem ânimo de sair das tocas, estavam a ponto de morrer de fome.
Tornando-se muito sério o caso, resolveram reunir-se em assembleia para o estudo da questão. Aguardaram para isso certa noite em que Faro-Fino andava aos miados pelo telhado, fazendo sonetos à lua.
-Acho – disse um deles – que o meio de nos defendermos de
Faro-Fino é lhe atarmos um guizo ao pescoço. Assim quando ele se aproximar, o guizo o denuncia e pomo-nos em segurança a tempo.
Palmas e bravos saudaram a luminosa ideia. O projeto foi aprovado com delírio. Só votou contra um rato casmurro, que pediu a palavra e disse:
-Está tudo muito direito. Mas quem vai amarrar o guizo no pescoço de Faro-Fino? Silêncio geral.
Um desculpou-se por não saber dar nó.
Outro, porque não era tolo. Todos, porque não tinham coragem.
E a assembleia dissolveu-se no meio de geral consternação.
“Falar é fácil: fazer é que são elas!”
(Monteiro Lobato)
Nenhum comentário :
Postar um comentário
Obrigado por fazer este comentário, felicidades. Marcelo.