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6 de março de 2013

Vida prematura!


Vida prematura!


Por Paulo Angelim

Desaprendemos a esperar. É isso mesmo. A dinâmica e a lógica que reinam no mundo de hoje estão conseguindo fazer de cada um de nós seres incapazes de esperar. As coisas têm que ser hoje, agora. Nada de esperar pelo amanhã. Temos que intervir. O tempo é o grande inimigo e precisa ser vencido, abreviado. A lógica é trazer o amanhã para hoje. A máxima é “mais, em menos tempo!”. A síntese disso? PRODUTIVIDADE. A tecnologia busca acelerar a vida. Colas instantâneas, fotos instantâneas, comidas instantâneas, consertos instantâneos, cursos instantâneos, sucesso instantâneo (da noite para o dia, de preferência). Isso tem proporcionado grandes avanços, mas com muitos efeitos colaterais. Quais? Bens de consumo com falhas de projeto; processos com furos; comidas sem sabor; pessoas com boa aparência e reputação, mas sem conteúdo, nem base sólida, nem caráter.

E aí está o pior. A lógica está sendo trazida para as vidas, para nosso crescimento. Vejo recém-formados pedindo-me conselhos de como iniciar uma consultoria. Pergunto-lhes quanto tempo têm de vivência corporativa. Resposta: nenhum. “Então como querem aconselhar?!”, indago eu. É triste. Vejo pessoas fazendo especialização (pós-graduação) sem experiência alguma de trabalho. Ora, uma coisa é especialização, outra é área de concentração. Só se especializa (distingue, particulariza), o que já existe consolidado. Queremos atalhos que nos levem aos melhores lugares. Ora, “se os atalhos fossem bons, não existiam caminhos”, já dizia Manoel Eugênio.

Não vivemos como se fossemos viver setenta, oitenta ou noventa anos. A vida tem que ser resolvida até aos quarenta. Hilário. Agora que chego próximo aos quarenta, vejo que a vida não chegou ao fim, está só começando, e que meu olhar está nos próximos quarenta.

Nada de deixar que o tempo mature nossas vidas. Usam até termos eufêmicos para nos convencerem disso: pró-atividade. Bonito! O problema é que a estrada da pró-atividade é paralela à estrada da precipitação. A falta de sabedoria muitas vezes nos faz confundir as duas. A adolescência agora começa aos 11 anos. A juventude aos 15. A decisão da profissão que se pensa ilusoriamente ser para o resto da vida se dá aos 17. Loucura! Pura prematuridade!

Olhamos para o lado e vemos adultos prematuros, empresários prematuros, executivos prematuros, almas e corações prematuros, mas que são chamados de prodígios, porque fizeram muito em muito pouco tempo. Verdadeiros seres extraordinários que são honrados por terem atropelado o tempo que o senso comum e a sabedoria convencionam existir para as muitas etapas da vida.

Não se iluda. Não temos o controle de tudo, muito menos do tempo. E se não aprendermos isso, se deixarmos nos contaminar com a ideia de que a nossa vida pode ser TODA vivida no tempo que determinarmos, portanto antes de nossa idade mental ou emocional, iremos inevitavelmente bater nossas cabeças na parede da impotência, onde tem escrita a frase: VOCÊ NÃO PODE TUDO!

Se você não sabia, aceite a inegociável verdade de que certas coisas - conquistas, respostas - só veem com o tempo. A natureza nos ensina que quando o tempo não é respeitado, se paga preço altíssimo, pondo-se em risco a própria existência. É uma pena, mas pessoas ignoram isso. Como a borboleta, que se retirada do casulo antes do devido tempo acaba por morrer, pessoas que não se permitem esperar veem seus projetos e sonhos morrerem por não estarem devidamente maturadas, preparadas para vivê-los. Fortunas ruem, relacionamentos se desfazem, sonhos se frustram. O fim acaba sendo “recomeçar”. Às vezes, ele é necessário. Mas por que provocá-lo se podemos avançar.

Vivemos a angustia de ter que fazer rápido. Não necessariamente o melhor, não necessariamente o que precisa ser feito, mas a ansiedade de se fazer algo pela vida, pela carreira, pelo prazer pessoal, na maior brevidade possível.

A maior vítima desse fenômeno tem sido a esperança. Jó, há séculos atrás, já nos falava sobre o prejuízo que a velocidade trás à existência: “Os meus dias são mais velozes do que a lançadeira do tecelão, e acabam-se, sem esperança” (7:6). Há cada vez menos pessoas cultivando a esperança, pois ela se alimenta do esperar confiante. E o mundo ainda piora a situação dizendo que não vale à pena esperar. Ao contrário, praguejam para todas as instâncias e instantes da vida o mantra “Vá logo, se levante, aja!”. Um verdadeiro grito de guerra. Sim, em muitas coisas na vida temos que agir rápido, se mover, caso contrário elas não acontecem. Mas também precisamos reconhecer quando termina nossa tarefa, nosso limite de ação, o alcance de nosso braço e de nossas mentes. Pois é aí que começa a esperança, ou o esperar confiante. Pensa que é fácil vencer esse paradigma?

Esperar para o mundo é inatividade, é não tomar decisão. Ledo engano! Esperar é principalmente se aquietar diante de algumas coisas nas quais você reconhece sua completa incapacidade de agir, pelo fato das variáveis estarem fora de seu controle. O tempo é uma delas. De que adianta saber a notícia do resultado do vestibular, ou de um concurso, 30 minutos antes de todos? Isso mudará em alguma coisa o resultado? Imagina-se até que isso reduza a ansiedade. Ao contrário, AUMENTA! É a capacidade de saber esperar que nos ajuda a alcançar a tranquilidade, a paz interior. Por isso, AJA no que está no seu alcance, e ESPERE no que estiver fora!

Mas precisamos também saber em quem esperar em quem depositar a confiança. Se esperamos em nós mesmos, ou nos outros, nos deparamos inevitavelmente com a constatação de que o homem é falível e limitado. Colocaram-se a esperança no acaso, a vida se torna um mero jogo de sorte e azar. Mas existe alguém em quem se pode esperar, confiando que o resultado será sempre o melhor para aqueles que nEle esperam. Independentemente de o resultado ter sido, aparentemente, o melhor ou não para nós. Alguém que nos assegura e nos atesta que zela, cuida pela nossa existência como um Pai cuida de seu filho. Não um pai que nos isenta dos riscos de se estar vivo. Isso Ele nunca prometeu. Estar vivo implica feridas, quedas, dores e por fim a morte. Mas esse Pai garante que seja qual for à situação que passemos, Ele sempre estará lá conosco, para que jamais experimentemos a pior das sensações quando se passa pela espera de uma resposta em meio a uma adversidade: a sensação de se estar só, a sensação de não ter em que esperar. Pois Ele nos dá a certeza que existe uma esperança de riso eterno para os que aqui choram e sofrem.

Isaías diz em seu livro (Capo. 40:31): “Mas os que esperam no SENHOR renovarão as forças, subirão com asas como águias; correrão, e não se cansarão; caminharão, e não se fatigarão.” Estou lhe convidando para descansar no Senhor. Isso não tem nada a ver com relaxar. O convite é para você deitar seus braços sobre o que pode ser feito, mas também deitar sua espera no colo do Senhor. A promessa dele é segura e firme: “Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus” (Sl 46:10). Com uma palavra dessas, dá para esperar em algo melhor? Portanto, faça o que tem que ser feito, com todo afinco, no tempo certo, mas também saiba ESPERAR! Prematura, nem fruta presta, quanto mais sua vida.

Compromisso de hoje: Vou aprender a esperar aquilo sobre o qual não posso agir. Vou me aquietar no Senhor.

Abraços, bênçãos e SUCESSO!

Fonte: http://www.comshalom.org


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